De acordo com o especialista Carlos Eduardo Rosalba Padilha, o processo de M&A cross-border, que envolve a compra de empresas no exterior, tornou-se uma estratégia cada vez mais relevante para organizações que desejam expansão global, diversificação de portfólio e acesso a novos mercados. Essas transações oferecem oportunidades expressivas de crescimento e fortalecimento competitivo, mas também apresentam riscos que exigem planejamento minucioso e abordagem criteriosa.
Quando bem estruturadas, as aquisições internacionais permitem que a empresa compradora tenha acesso a novas tecnologias, marcas já consolidadas no mercado e canais de distribuição estratégicos, além de aumentar sua presença em regiões com potencial de consumo crescente. Entenda mais a seguir:
M&A cross-border: análise de riscos e due diligence
A due diligence é o alicerce de qualquer operação de M&A cross-border e deve ser conduzida de forma abrangente. Segundo Carlos Eduardo Rosalba Padilha, essa etapa vai muito além da análise financeira e contábil, abrangendo aspectos jurídicos, fiscais, ambientais, regulatórios e trabalhistas do país-alvo. Uma avaliação detalhada permite identificar passivos ocultos, cláusulas contratuais desfavoráveis ou obrigações que possam gerar custos adicionais significativos após a conclusão da compra.
Nesse sentido, outro ponto fundamental é compreender a legislação local e as possíveis barreiras regulatórias à entrada de investidores estrangeiros. Em alguns mercados, setores considerados estratégicos para a economia nacional impõem restrições à participação de capital internacional, exigindo autorizações específicas ou a criação de joint ventures com empresas locais.
Diferenças culturais e integração pós-aquisição
As diferenças culturais representam um fator crítico para o sucesso de uma aquisição internacional. Como considera o especialista Carlos Padilha, entender o ambiente de negócios, os hábitos de consumo, as práticas de negociação e o estilo de gestão predominante no país de destino é tão importante quanto conhecer a situação financeira da empresa adquirida. Uma abordagem culturalmente sensível favorece a adaptação e evita que divergências de valores ou métodos de trabalho gerem conflitos internos.

Ademais, o processo de integração pós-aquisição deve ser planejado desde as primeiras fases da negociação. Harmonizar processos administrativos, alinhar expectativas entre as equipes e comunicar com clareza todas as mudanças estruturais são ações que reduzem a resistência interna e fortalecem o engajamento. Um plano de integração bem executado não apenas acelera o retorno sobre o investimento, mas também potencializa as sinergias previstas.
Oportunidades estratégicas e crescimento internacional
O M&A cross-border oferece oportunidades únicas para organizações que desejam acelerar seu crescimento e diversificar suas fontes de receita. Conforme apresenta Carlos Eduardo Rosalba Padilha, a aquisição de uma empresa estrangeira pode abrir portas para mercados antes inacessíveis, ampliar a base de clientes e proporcionar acesso imediato a recursos tecnológicos e humanos de alto nível. Essa entrada rápida em novos ambientes de negócios reduz o tempo necessário para alcançar participação de mercado relevante.
Além disso, essa estratégia possibilita a obtenção de economias de escala, uma vez que a integração de operações e cadeias de suprimentos pode gerar reduções significativas de custos. A diversificação geográfica também protege a empresa contra oscilações econômicas em mercados específicos, diluindo riscos e fortalecendo a resiliência do negócio. Esse fortalecimento permite que a organização mantenha estabilidade e competitividade mesmo diante de crises regionais ou setoriais.
Em síntese, o M&A cross-border é uma ferramenta poderosa para empresas que buscam fortalecimento de mercado, mas exige preparação minuciosa, visão estratégica e gestão rigorosa dos riscos. Ao combinar uma due diligence abrangente, sensibilidade cultural e um plano de integração estruturado, é possível maximizar as oportunidades e minimizar ameaças. Para Carlos Padilha, o êxito em transações internacionais depende de alinhar ambição e prudência, transformando desafios em vantagens competitivas.
Autor: Gennady Sorokin